sábado, 20 de enero de 2018

20 de Janeiro (Brasil) "Dia Nacional da Consciência Indígena"



Dia Nacional da Consciência Indígena - comemoração de movimentos indígenas brasileiros, que também aparece listada em calendários brasileiros de datas festivas como "Dia da Consciência Indígena dos filhos da Nação Tupi que habitavam as terras de Pindorama", e que, em 20 de janeiro de 2013, foi lançada em nível nacional no Brasil por representantes de povos indígenas, então aldeados no antigo Museu do Índio, batizado por deles de "Aldeia Maracanã", ao lado do Estádio do Maracanã na cidade brasileira do Rio de Janeiro-RJ, Para lembrar a história de luta dos Povos Indígenas na construção do Brasil.

Essa data comemorativa de povos indígenas brasileiros tem por fim, marcar a data do aniversário da morte do índio brasileiro, cacique Aymbere, que, enquanto filho do líder tupinambá, Cairuçu, tombou em 20 de janeiro de 1567, com o aniquilamento do Entrincheiramento de Uruçumirim, uma paliçadafranco-tamoia localizada no outeiro da Glória, no atual município brasileiro do Rio de Janeiro-RJ, consolidando o domínio português na região, num combate em que os índios resistiam à invasão de suas terras por tropas portuguesas e temiminós, tendo sua cabeça (e as de outros líderes indígenas) cortada e exibida numa estaca, e em tributo de pindó-rama ou pindó-retama, "terra/lugar/região das palmeiras", tida como uma designação pré-cabralina dada a regiões que mais tarde, formariam o Brasil e, por extensão de significado, nome indígena por excelência das Terras Brasilis.

A criação dessa data celebrativa ganhou corpo, a partir que uma ideia que estava germinando desde meados da década de 1980 na cabeça do aviador, líder indígena e escritor brasileiro, Marcos Terena quando ele subia a Serra da Barriga, acompanhando o Movimento Negro Brasileiro, que então celebrava o tombamento do lugar pelo IPHAN [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] no Brasil, onde hoje funciona a Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que recebe a visita de milhares de pessoas, preservando a memória da montanha em que Zumbi dos Palmares teria enfrentado os colonialistas portugueses escravizadores, até morrer, defendendo a liberdade dos negros escravos brasileiros e a igualdade de todos no Brasil.

Para conhecimento, no contexto da tentativa francesa de estabelecimento de uma colônia na baía da Guanabara, a "França Antártica", em Novembro de 1555, os seus colonos abrigaram-se na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon), levantando ali uma fortificação que recebeu o nome de forte Coligny. Essa posição foi varrida em Março de 1560 pela frota do governador-geral português na então colônia portuguesa do Brasil, Mem de Sá Lemos Cunha de Alcantara Salvador Barbosa Lemos, que havia sido armada para esse fim.

Os sobreviventes franceses, cerca de vinte indivíduos, internaram-se então nas matas em terra firme, procurando abrigo entre os aldeamentos tamoios aliados. Com os navios avariados e sem homens suficientes, Mem de Sá não dispunha de recursos para o início de um estabelecimento português na baía da Guanabara, retirando-se a 3 de abril desse mesmo ano para a atual cidade brasileira de Salvador-BA, na então capitania da Bahia. Foi por essa razão, que a presença francesa sobreviveu na baía de Guanabara, vindo a ser erradicada apenas com a expedição temiminó-portuguesa de fins de Janeiro de 1567 liderada por Mem de Sá, Estácio de Sá e Arariboia, que culminou com a devastação dos aldeamentos paliçados de Uruçumirim (no outeiro da Glória) e de Paranapuai (na ilha do Governador). 2 anos antes do arrasamento de Uruçumirim, em 1º de março de 1565, Estácio de Sá, comandando 220 homens, havia fundado a atual cidade do Rio de Janeiro, no sopé do morro do Pão de Açúcar, na entrada da baía de Guanabara, enquanto aguardava a chegada de reforços portugueses, que somente viria a ocorrer em 1567, com a chegada de mais de duzentos homens comandados por Mem de Sá.

Uruçumirim, considerado como um entrincheiramento, tratava-se de importante aldeamento dos Tupinambás, defendido ao modo indígena, isto é, cercado por uma forte paliçada. O escritor e militar brasileiro, Coronel Aníbal Barreto, no livros "Fortificações no Brasil", refere-se ao lugar como uma bateria, erguida no outeiro da Glória entre 1555 e 1567 e complementa com a data da sua conquista pelas forças portuguesas, 20 de janeiro de 1567, ocasião em que Estácio de Sá foi ferido por uma flecha no olho, vindo a falecer um mês após, em 20 de fevereiro desse mesmo ano. A decisiva batalha de Uruçumirim envolveu 1 200 combatentes (as forças temiminó-portuguesas somavam mais de 420 combatentes), e pôs um fim na Confederação dos Tamoios uma revolta liderada pela nação indígena Tupinambá, que ocupava o litoral brasileiro entre Bertioga e Cabo Frio, envolvendo, também, tribos situadas ao longo do Vale do Paraíba, contra os colonizadores portugueses, entre 1556 e 1567. Seiscentos tamoios e cinco franceses morreram na batalha de Uruçumirim, e dez franceses foram enforcados no dia seguinte à batalha. O padre jesuíta e cronista da campanha, José de Anchieta, reportou o seu saldo à época: "160 aldeias incendiadas, passado tudo a fio de espada".

Fonte: http://datas.blog/dia-nacional-da-consciencia-indigena-20-de-janeiro/

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